A cremação não é um processo novo, apesar de muitas pessoas desconhecerem como se realiza nos dias atuais. O ato de cremar uma pessoa nos remonta há mais de mil a.C. e esteve presente em diversas culturas e continentes.

Hoje nesse artigo você vai descobrir quando aproximadamente começou-se a notar que os povos adotaram a cremação como um dos principais rituais de sepultamento. Além disso, vai compreender melhor também sobre o papel da cremação pela perspectiva das religiões mais comuns, como por exemplo, se é considerado pecado.

Quando surgiu?

Não há registros exatos sobre quando o processo de cremação começou a ser adotado por todas as culturas. Entretanto, é de conhecimento público que essa prática é ancestral. Em 2020, estudos apontaram que a cremação mais antiga data de 7 mil anos a.C. Até então, os historiadores explicavam o seu surgimento como uma prática que provavelmente teve sua origem a 3 mil anos a.C. Nesta época os povos da Hungria, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda e oeste da Ásia tratavam a cremação como um método bastante comum.

Os gregos escolhiam a cremação como uma forma de homenagem honrosa e afetiva aos falecidos. Destinavam essa maneira de despedida para soldados de guerra e pessoas da nobreza por volta de 1.000 a.C. Inclusive, quando os romanos tomaram conhecimento da cremação, passaram a fazer o mesmo motivados pelo mesmo sentimento, tornando um costume.
Quando se menciona o Japão especificamente e a cremação, temos outra data e ponto de vista. A influência do Budismo praticado na China e a falta de espaço para enterro, fez com que os japoneses em torno de 55 anos d.C. considerassem a cremação uma opção. Até hoje eles dão preferência a esse processo, do que o sepultamento mais comum aos ocidentais. E o curioso dentro desse aspecto cultural é que eles preferem enterrar as cinzas, do que espalharem em algum lugar. 

Inclusive, já que estamos mencionando oriente e ocidente, aqui no Brasil essa opção só surgiu por volta de 1974, em São Paulo, no crematório de Vila Alpina. Esse foi também considerado o primeiro da América Latina.

É um pecado fazer uma cremação?

Naturalmente cada religião enxerga a cremação de forma diferente e por isso, muitas pessoas se perguntam se realizar uma é pecado. Enquanto para a Igreja Anglicana era recomendada a cremação desde 1944, para a Igreja Católica essa prática não era indicada. Para os católicos o melhor era realizar o enterro que já conhecemos, e esse posicionamento permaneceu assim de 1886 até 1963, quando a prática seria finalmente permitida pela Santa Sé, e é claro, desde que algumas regras fossem respeitadas. 

Essas regras informadas pelo Vaticano, só permitem a cremação dos católicos desde que não se conserve as cinzas em casa, pois acredita-se que o resultado da cremação possa virar uma “lembrança comemorativa” e nem se espalhe as cinzas diretamente no ar, na água ou terra. O papa recomenda que as cinzas sejam guardadas em urnas em um local sagrado, sendo na igreja ou nos cemitérios

Para os adeptos do espiritismo, uma vertente do cristianismo, a visão sobre a cremação é diferente. Porque se acredita que o corpo humano, uma vez que está morto, pertence à natureza. Então a cremação não é vista como uma prática negativa ou desrespeitosa, mas é importante ter cautela.

Assim que o corpo morre, há um processo de desligamento do espírito e a matéria que não ocorre automaticamente. Para essa religião, há o entendimento de que o corpo e a alma estão conectados por um cordão fluídico, ou seja, um vínculo que mantém ambos juntos durante a vida e após um certo período da morte. Em outras palavras, a morte é vista como um fenômeno onde há o desligamento desses fios que conectam o corpo e o espírito, o chamado “desencarne”, e que pode levar de 10 a 15 dias para ocorrer completamente. Fora esta questão, a religião espírita também acredita que em alguns casos o sepultamento pode ser mais indicado do que a cremação. Sendo desta forma uma prática mais sugerida no caso de espíritos que estejam em sofrimento e muito presos à sua vida terrena, assim eles têm mais tempo e oportunidade de serem recebidos plano espiritual. 

Já quando nos referimos a outras religiões, o contexto mais uma vez muda. O islamismo a proíbe por acreditar ser uma prática impura e que culturalmente o corpo deve ser sepultado sem um caixão. No Judaísmo, a religião entende que a cremação é uma forma de danificar ou ferir um corpo que é dado e pertence apenas a Deus,  logo o processo não é indicado. 

E ainda que segundo a Lei Judaica chamada de “Halacha” ou “Halaca”, onde é exigido que os filhos da pessoa que morreu cumpra com os desejos dos pais ou outros parentes que se foram, mesmo que por ventura a pessoa que faleceu tenha optado por ser cremada e esteja consciente das suas ações e do simbolismo que elas possuem, a tradição judaica pede que o enterro judaico seja a melhor forma de se despedir do familiar e evitar qualquer equívoco. 

E se para algumas pessoas que não conhecem estas religiões, essas práticas não pareçam adequadas, precisamos respeitar não apenas a religião, mas também pela cultura desses povos. A cremação deve ser uma opção de sepultamento baseada em diálogo, consideração e empatia. Qualquer dúvida pode ser conversada em família, mas caso precise de nossa ajuda para compreender melhor como é o processo de cremação aqui no Memorial do Carmo, estamos prontos para atendê-los da melhor maneira possível. 

É importante lembrar também que a percepção de algumas crenças mudaram ao longo dos anos em consenso, caso a sua se transforme também, pode contar a gente.  Nossa abordagem humanizada pode ser um grande diferencial em um momento delicado que é a perda de uma pessoa.

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